Não sei por quanto tempo o Garfield foi prisioneiro na casa da Lúcia ou por quais provações ele passou estando sob a guarda de uma pessoa doente. O pouco que sei já é suficiente para justificar toda a tristeza e angústia desse pobre gatão laranja.
Quando começamos os resgates na casa, há dois meses e meio, o gatão laranja fazia parte de uma "massa de gatos" ariscos que vivia na cozinha. Eles não iam para outros cômodos e muito menos para o quintal. Viviam numa sujidade absurda, em meio à doenças e mortes frequentes.
Por serem mais ariscos, os "gatos da cozinha" não foram os primeiros a receber cuidados específicos e também não foram os primeiros a serem resgatados... lembrem-se, eram 49 gatos em situação semelhante! Eles não foram os sortudos a serem resgatados pela Confraria e nem azarados para serem confiscados pela zoonose num primeiro momento. Nos resgates, os outros gatos praticamente "pulavam" para dentro das caixas de transporte... ou para o puçá da zoonose.
O gatão viu seus companheiros da cozinha serem resgatados ou confiscados e ele mesmo só não foi parar na zoonose por ser tão arisco. Ele se escondeu e não teve agente que conseguisse capturá-lo. E assim, ele se tornou o único gato da casa, em meio aos cães. Ele vivia assustado e escondido mas não conseguíamos pegá-lo por nada!
No dia 06/08/11 aconteceu o inevitável, o gatão laranja levou uma "prensa" dos cães, ficou paralisado de medo e conseguimos salvá-lo duplamente: dos cãos e da vida estressante e insalubre da casa. Levamos ao veterinário, foi medicado e tive que trazê-lo para minha casa, por não ter onde deixá-lo. Eu já estou com três hóspedes filhotes, além dos meus dois gatos e meu cão. Ter mais um gato, mesmo que hóspede, não era opção! Ele teria que ficar isolado dos demais e, ainda que tendo cuidados e carinho, sua vida continuaria solitária. Ele está "morando" na sacada do meu apartamento. Tem espaço, tem alimentação, tem proteção, tem até um aquecedor para as noites frias. Mas continua sozinho! Ele treme de medo quando faço carinho, tem taquicardia quando o pego no colo, mal sai da casinha, só o faz para as necessidades essenciais ou quando eu o "obrigo", retirando a casinha da sacada.
E é assim que o gatão tem vivido. Meu coração fica apertado o tempo todo pois não tenho como cuidar além disso. Ele precisa de muita atenção, precisa de alguém com experiência no manejo de gatos, que saiba o que fazer nessas horas, que consiga dar segurança à ele, fazer com que ele se sinta protegido e que aquela época de terror acabou.
O gatão vai ficar na minha casa o tempo que for necessário, ele não é "um problema a ser eliminado", mas eu preciso encontrar alguém que possa fazer por ele mais do que eu posso. Se você é de Santos ou região ou mesmo de São Paulo, e puder adotar um gato carente, sofrido, assustado, inseguro e desconfiado, por favor, entre em contato. O Garfield merece uma vida muito melhor!
(11) 9108-0573
(13) 9782-7757
e-mail: giany@uol.com.br
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